107 ANOS DE HISTÓRIA E TRADIÇÃO
Existe uma força tão grande entranhadano nordestino, uma força que o faz acreditar em dias melhores, que o faz crer que não estamos desamparados, é algo tão pungente que emociona.
fAlo da fé, a fé pode ser descrita como uma característica marcante de meu povo, de minha gente, algo de lindo e sobrenatural, algo que não se entende.vive-se!
Ser nordestino antes de tudo é acreditar, é ter muita fé, e não importa o quanto sofrido sejamos, acreditamos...oramos, e festejamos...sim com romarias e encontros que reúnem tanta gente que tenho certeza, faz até os céticos pensarem... “meu deus, como isso é forte”, sim nossa fé é inabalável.
Dia 08 de dezembro comemora-se em recife o dia de nossa senhora da conceição, nossa maior festa religiosa, sua imagem está no alto de um morro, um tanto distante verdade, mas isso é apenas um detalhe, quando observamos a multidão de devotos que estão ali para agradecer, pedir ou apenas orar, algo tão bonito que não cabe em palavras, que imagem nenhuma pode traduzir.
Podemos ver pessoas que caminham de longe, que sobem de joelhos o morro, crianças que desde tão novos, são imbuídos deste sentimento tão nobre...
Ao morro vai-se para contemplar
Para orar
Para pedir
Para agradecer
Mas sobretudo, vemos uma força tão profunda, uma devoção tão filial, que mesmo não sendo a pessoa mais religiosa você se rende...
Aos pés da imaculada você é mais um filho...
Inexoravelmente você fará uma oração, tão íntima, tão sua, que não precisa ser demonstrado, afinal ela é a mãe...e mãe entende seus filhos.
Penso que a fé, é a amálgama mais forte que faz com que esta vida, tão árdua, tão ingrata para tantos, faça os dias tão suportáveis, faz com que nós, nordestinos não nos revoltemos, não desanimemos, muito menos tenhamos em algum momento queizer, que estamos sozinhos...
É impossível, diante dela, a figura da mãe tão acolhedora nesta sociedade ainda predominantemente patriarca, nesta geografia que ainda traz ostraços do coronelismo disfarçados de bom mocismo
Através de olhos bonitos
Através de esmolas políticas, onde teiman em nos oferecer o que é nosso por direito, disfarçado de caridade.
A despeito disso tudo, não precisamos...
Basta olhar para um morro de recife, e contemplar
afigura da mãe, a que provém sua família, a que roga por nós...
E se você questionar a fé somente basta?
Eu te respondo a você não sei, mas aos nodestinos....sim!!!
Festa do Morro da Conceição origem histórica
Segundo a FESTA MORRO CONCEIÇÃO tradição da Igreja Católica, a imagem da Virgem da Conceição chegou ao Brasil na época do descobrimento, em uma das naus de Pedro Álvares Cabral.
Porém, a veneração à Virgem da Conceição, começou a existir a partir de 1586, com a chegada dos jesuítas e suas missões de catequese. Aonde eles aportavam fundavam Congregações Marianas, com a finalidade de facilitar a doutrina religiosa cristã aos índios.
O perfil carismático da imagem de Nossa Senhora da Conceição, representa Maria Santíssima, vestida de branco, envolvida em um manto azul, de pé sobre o globo terrestre, com as mãos unidas em oração, e os olhos voltados para o céu, esmagando uma cobra com os pés, símbolo do pecado original.
No Recife, o culto consagrado à Nossa Senhora da Conceição, padroeira do morro de Casa Amarela, é uma das maiores festas religiosas e tradicionais, que acontece em quase todos os estados brasileiros.
A festa no morro teve origem a partir da comemoração do cinqüentenário do dogma da Imaculada Conceição no Brasil em 1904. Nesta época, o bispo diocesano D. Luís Raimundo da Silva Brito mandou construir uma capela em estilo gótico, e encomendou uma réplica da imagem da Virgem da Conceição vinda de Portugal, toda em ferro, cuja inauguração foi no dia 8 de dezembro de 1904. Até então esta capela pertencia à comunidade do Poço da Panela.
Com o passar dos anos, o morro foi povoado por gente humilde e desabrigada das regiões ribeirinhas da cidade do Recife, em decorrência das constantes enchentes do rio Capibaribe .
Em 1974, diante do progressivo desenvolvimento urbano dobairro de Casa Amarela, houve o desmembramento da área do Morro da Conceição e adjacências, para a criação da nova paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Morro, instaurada em 8 de dezembro do mesmo ano. No ano seguinte, a paróquia passou a denominação de Matriz do Morro da Conceição.
As comemorações em homenagem à Virgem da Conceição do Morro, iniciam-se na semana que antecede o dia 8 de dezembro, no pátio da Igreja, com a realização de missas, novenas, reza de terços e a tradicional peregrinação ao morro, pelos fiéis, penitentes, devotos, pagadores de promessas, visitantes e a população geral, o que se constitui na maior romaria do Recife, um exemplo de fé e humildade cristã, que é o elemento necessário à sobrevivência material e espiritual do povo brasileiro.
Paralelo às homenagens que a Igreja Católica faz a Nossa Senhora, existem os cultos afro-brasileiros, que a veneram como sendo Iemanjá, rainha das águas, de todas as mães, princesas e donzelas, protetora dos navegantes, pescadores e marinheiros do mar, dos rios, e lagos.
Diante dessa mistura de crença e religião, Maria, Mãe de Jesus, é fonte de inspiração de amor maternal, de milagres e esperança do povo brasileiro.
Fonte: MACHADO, Regina Coeli Vieira. Festa do Morro da Conceição. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>.