segunda-feira, 1 de novembro de 2010

castanhas de cajú

Dia desses passei numa estrada onde vi muitas fogueirinhas preparando castanhas de caju assadas...

ao longe o odor tinha aguçado meus sentidos, remetido longe, pessoas gostos,emocionei-me...por um momento tive vontade de catar castanhas e fazer na casa da minha mãe junto com meus primos o mesmo que há quase 20 anos atrás...

existe uma época do ano que os ares cheiram a castanhas assadas..cheiro forte, doce uma miscelânea de fumaça, e sorrisos, quando abunda o caju no nordeste além do deleite do suco e dos doces feitos da fruta, para as crianças a maior diversão é juntar o maior número possível de castanhas...guardadas como relíquias...verdadeiros tesouros..até um adulto compadecer se de tamanha ansiedade e resolver aplacar o desejo...

lembro-me bem do ritual do fogo sagrado...preparada em fogueira própria para ocasião, arranjava-se uma placa qualquer para expor as chamas e as castanhas tão queridas eram lá depositadas sempre envolta de olhos ansiosos e bocas salivando...

as recomendações para ficar longe...perigo de uma pular era certo...sim elas pulavam longe flamejantes...mãos negras de cinzas, cumprindo o rito de quebrar as cascas, dava um trabalho absurdo mas era tão prazeroso, um troféu...

até hoje não sei se o propósito era o sabor das castanhas ou toda jornada que envolvia sua queima...mas o aroma e o sabor....até hoje despertam as mais doces lembranças de uma infância plena e feliz...

2 comentários:

  1. O forte cheiro e o crepitar das castanhas ao fogo impregnam as lembranças da Paulinha. Mas quem nunca assou uma castanha ou ao menos que não goste de uma castanha que atire a primeira pedra.

    Paulinha como fã de mistérios, lendas e histórias de povos místicos antigos talvez veja o ato de assar castanhas como parte de algum ritual de iniciação. Belo texto. Parabéns.

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